domingo, 13 de setembro de 2009

Jornada da Caridade

Jornada da Caridade
Região Episcopal Belém - agosto e setembro de 2009




“Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.”

(1 Jo 4, 16)



Toda virtude humana se engrandece praticada com amor-caridade. Ao contrário, sendo esvaziada dessa dimensão, não só se apequena como se anula. Com o apóstolo Paulo aprendemos: “Sem amor-caridade, eu nada sou” (1Cor 13). É uma regra que não admite exceção.

A caridade que se mostra sensível à miséria alheia identifica-se com a misericórdia. A compaixão é própria de quem vê com o coração a necessidade do outro e só é misericórdia quando se converte em socorro. A misericórdia abrange três momentos: ver a situação da miséria alheia, compadecer-se dela e socorrê-la.

Quem procura praticar a misericórdia, conforme ensina a bíblia, não pode ficar apenas na “comoção do coração” mas deve chegar à ação. É bom insistir: misericórdia é o amor que vê a miséria alheia, procura senti-la como se fosse própria e se decide ajudar a remediá-la.




O amor-caridade vê no próximo nada menos que um irmão. Essa visão evangélica ajuda a entender a justiça social que tem como interesse específico o bem-comum acima dos próprios interesses, e empenha o cristão a exigir do poder público o ressarcimento da dívida social com o pobre, para quem falta trabalho, moradia, escola, lazer, hospitais, comida... E preciso também impedir o crescimento da concentração de renda que gera a desigualdade social. A evangélica opção preferencial pelos pobres, o empenho na luta pela justiça e a defesa dos direitos humanos, em certo sentido, vão além das exigências da justiça. São expressões da misericórdia.

Esse amor-caridade abrange tríplice dimensão: assistencial, promocional e libertadora.

A caridade assistencial vê o pobre como indigente e procura atender de imediato suas necessidades básicas: “Estava com fome, com sede, sem roupa, doente. E quanto a vós: todas as vezes que fizerdes isso (socorrerdes) a um dos menores de meus irmãos é a mim que o fazeis” (Mt 25, 35ss).

A caridade promocional vê o pobre como marginalizado, fora do progresso e do bem-estar da sociedade. Dedica-se a dar-lhe condições de “aprender a pescar”, “gerar renda”, integrar-se no processo do desenvolvimento e combater as causas que impedem esse desenvolvimento: o anseio de lucros e a sede do poder.

A caridade libertadora vê no pobre o explorado no seu trabalho. Procura despertar o cristão à solidariedade na luta pelos direitos dele.

Na Paróquia São João Batista do Brás, há prática da caridade no dia a dia. Iremos conhecer melhor a caridade praticada em nossa paróquia no decorrer deste mês e início do mês de setembro, através de panfletos, exposição de fotos, mensagens nas missas e gestos concretos.


Artigo do Pe. Marcelo Matias Monge
Boletim O Precursor da paróquia Sâo João Batista do Brás
http://batistabras.blogspot.com

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