terça-feira, 4 de outubro de 2011

D. PAULO EVARISTO ARNS É HOMENAGEADO NA CÂMARA

São Paulo (SP) - O cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, destacado defensor dos direitos humanos na época da ditadura no Brasil, foi homenageado nesta segunda-feira na Câmara Municipal de São Paulo pelos seus 90 anos com o Título de Salva de Prata em sessão solene realizada por iniciativa do vereador Jamil Murad (PCdoB).
D. Paulo destacou-se como defensor dos direitos humanos durante o período da ditadura militar, quando combateu a intransigência do regime e agiu em favor das vítimas da repressão. No final da década de 70, assumiu o Projeto “Brasil Nunca Mais”, transformado em livro, uma investigação minuciosa nos arquivos militares que comprovou a prática sistemática de tortura no Brasil. Também foi criador da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo. Foi o primeiro brasileiro a ser indicado oficialmente para o Prêmio Novel da Paz.


O professor e coordenador da Pastoral Operária Metropolitana, Paulo César Pedrini, representou o cardeal na sessão solene e recebeu em seu nome a honraria. “Neste momento, em que vemos constantemente os direitos humanos serem violados, nada mais justo do que resgatar a luta que D.Paulo fez e continua fazendo pelos direitos humanos. A figura de D. Paulo personifica a luta pelo respeito da pessoa e da dignidade da pessoa humana”, disse.

O vereador Jamil Murad, proponente da sessão, lembrou da luta pelos direitos humanos e contra o regime de opressão. “D. Paulo é um brasileiro que merece o Prêmio Nobel. Ele sempre lutou pela paz, pelos pobres e contra as guerras, violências e agressões. Na época da ditadura, percorreu os presídios e quartéis para cobrar salvaguarda de vida para os presos políticos e protestou contra os assassinatos, como o de Vladimir Herzog. Essa condecoração é pouco pelo que ele fez. Nossa gratidão eterna a D. Paulo”, disse.

“Homenagear D.Paulo é lembrar a história dessa cidade. É reconhecer o papel da esperança, da resistência, da força e da coragem. É homenagear a vida que não se curva diante da morte”, disse o padre Júlio Lancelotti, da Pastoral da Rua, presente ao evento.

Entre os convidados estavam o deputado Plínio de Arruda Sampaio, Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, a vereadora Juliana Cardoso, Dom Francisco Scaramussa, representando a Arquidiocese de São Paulo, e Antonio Funari Filho, presidente da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo.

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